The Boys In The Band (2020) é uma produção de Ryan Murphy, o filme da Netflix tem a direção de Joe Mantello. E em resumo é uma adaptação da peça da Broadway que estreou em 1968. A produção foi o trabalho de Mart Crowley. Mart faleceu antes de poder ver seu roteiro adaptado como esse mais novo filme, mas ele pode desfrutar da primeira adaptação cinematográfica feita em 1970.
De antemão devo avisar que ainda não tive a oportunidade de ver o filme anterior, assim como não vi a peça da Broadway. Por isso, vou falar exclusivamente sobre o filme de 2020. O roteiro do filme é simples e genial, a história se passa em maioria no apartamento do cínico, cruel e incrível Michael.
Interpretado pelo extraordinário Jim Parsons, Michael recebe um grupo de amigos para comemorar o aniversário de Harold (Zachary Quinto). Todo o grupo de amigos é gay e tudo vai conforme o planejado até a chegada de Alan (Brian Hutchison). Alan estudou na faculdade com Michael e sua chegada abala a festa.
O filme é genial do começo ao fim. Com o destaque indo para a escolha do elenco. Isso por se tratar de um filme sobre homens gays interpretados por atores que são abertamente gays. Além dos nomes que já citei, o filme conta com outros atores de peso como Matt Bomer. Ele dá a vida a Donald que é o amigo/suporte emocional de Michael e está na festa por ele e não pelo aniversariante.
Com a duração que passa de 02 horas, a festa tem uma reviravolta quando Michael decide fazer um jogo nada inocente. Ele desafia os amigos a ligarem para a única pessoa que eles acreditam terem amado de verdade na vida (o que poderia dar errado não é?).
O objetivo do jogo cruel (atenção porque lá vem Spoiler) era fazer com que Alan confessasse ter sentimentos por Justin, antigo colega de faculdade. Mas o final deixa isso em aberto para os fãs, porque o único que sabe com certeza da verdade é Alan que acaba ligando para a esposa no jogo. Então fica a pergunta para quem viu o filme, Alan é gay ou não?
O drama merecia ser visto por todo mundo. Em especial para quem curte um bom barraco. Apesar do tom sério e inovador, admito que o filme deu-me a impressão de ser uma junção de um feriado em família com uma festa com amigos da faculdade. Isso por conta das disputas entre os lideres (Harold e Michael). Bem como o fato de ser cheio de brigas, de brincadeiras maldosas regadas a álcool. Além dos segredos revelados e da promessa de ligar no dia seguinte, feita por Harold a Michael, porque no final ainda são como família. E devo ressaltar que digo isso como um elogio, porque quem não curte um barraco entre amigos regados a álcool?
A inovação da trama em abordar diversos problemas sérios (baixa autoestima, fidelidade, relacionamentos, ansiedade e etc.) com um tom sincero e de certa forma leve vai prender você do começo ao fim. Por fim, devo lembrar que a trama deixa muitas pontas soltar para que a audiência tire suas próprias conclusões e isso pode não agradar a todos.
Apesar de todo o filme ser principalmente sobre o mistério de quem Alan realmente é e porque ele ligou naquela noite para Michael, devo dizer que outra coisa me despertou mais curiosidade. O que realmente me fez pensar por horas depois de assistir o filme foi à complexidade do relacionamento entre Michael e Donald e a relação complicada desses dois com Harold.
The Boys In The Band é uma obra prima que merece atenção por vários fatores que vão desde a escolha de elenco até o final em aberto espetacular. Mas a reflexão final que proponho é sobre o jogo em si, ele nos faz pensar sobre todos os relacionamentos que já tivemos e como algumas pessoas deixam marcas para sempre em nossas almas. Por isso, questiono a vocês queridos leitores para quem vocês ligariam? Não precisa responder, apenas peço que pense sobre isso enquanto vão reverenciar essa obra prima!
Nota: 5/5
Onde ver: Netflix

Um comentário sobre “Resenha: The Boys In The Band”