Existem muitas personagens femininas inspiradoras em livros que li durante a minha vida, mas se eu tiver que escolher a minha favorita será Elizabeth Bennet. Penso nela como alguém muito a frente de sua época e que serve de modelo para muitas mulheres ainda hoje.
Com toda a certeza, Orgulho e Preconceito é um daqueles livros que deveriam estar no topo da sua lista: seu enredo intrigante, umas pitadas de drama e não vamos esquecer do romance, fizeram deste um dos maiores clássicos da literatura Inglesa.
Que Jane Austen era uma escritora brilhante, muita gente sabe, mas imaginar que ela havia escrito tal história antes mesmo de completar 21 anos é algo impressionante. Em uma época que as mulheres eram reduzidas a serem boas mães e esposas excelentes, escrever sobre uma mulher determinada, corajosa e sem papa nas línguas era coisa incomum.
O livro que foi publicado em 1813, mostra como Elizabeth Bennet, a segunda de cinco filhas, lida com questões como casamento, cultura, moral e educação durante a aristocracia do século XIX na Inglaterra. Tudo começa com a chegada de um jovem cavalheiro chamado Mr. Bingley a cidade de Meryton. O jovem rapaz é enérgico e muito bem recebido pelos moradores da cidade, mas seu melhor amigo Mr. Darcy, que lhe acompanhava, é visto como alguém arrogante e de poucos amigos por sua figura distante e desconfiada.
Como a mãe de Elizabeth havia planejado, Mr. Bingley se apaixona pela irmã Bennet mais velha, Jane, e a família começa a se preparar para um possível casamento entre os dois. No mesmo momento, Elizabeth começa uma amizade com Mr. Wickham, um oficial que possui certa inimizade com Mr. Darcy. Wickham conta sobre os motivos pelos quais ele e o outro jovem rapaz possuem essa rixa, o que faz com que Lizzie desgoste ainda mais da figura de Mr. Darcy.
Por ser uma família apenas com herdeiras mulheres, toda a propriedade da família Bennet passará a ser de seu primo mais próximo, Mr. Collins, após a morte de seu patriarca. Para evitar que as irmãs percam o direito sobre a propriedade, uma delas deveria se casar com o primo, que tinha preferência por Jane, mas ao saber de seu compromisso com Mr. Bingley, volta suas atenções para Elizabeth. A jovem não aprova o comportamento mesquinho e arrogante de seu primo, por isso o rejeita, o que causa um enorme alvoroço por sua mãe e lhe preocupa que a moça não consiga nunca se casar.
Elizabeth já estava na idade em que uma moça deveria estar casada para os padrões da época, por isso muitos acreditavam que a moça não deveria rejeitar qualquer oferta a vista. Mas Lizzie era determinada e nada lhe faria mudar de ideia. Ela preferia casar-se com alguém que amasse e se sentisse confortável ao lado e sabia que isso jamais seria verdade se aceitasse a proposta de Mr. Collins.

O que a matriarca da família Bennet não esperava era que Mr. Darcy fosse cair nos encantos de Elizabeth. Por mais que a moça tivesse objeções em relação ao rapaz, ela não poderia evitar que ele se apaixonasse por ela. Ao ouvir a declaração do rapaz, Lizzie expressa sua objeção em relação ao jovem, que por sua vez, encontra uma forma de esclarecer os mal entendidos e tentar conquistar a moça.Para tal, Mr. Darcy escreve uma carta que muda os sentimentos de Elizabeth por ele e faz com que ela entenda o que de fato havia acontecido. Aos poucos Elizabeth passa a se apaixonar pelo rapaz e no fim aceita seu pedido de casamento, pouco depois de finalmente ver sua irmã mais velha, Jane, aceitar o pedido de Mr. Bingley.
O livro é tão adorado pelo público que eu já perdi as contas de quantas adaptações vi. Entre séries, filmes, histórias em quadrinhos, Orgulho e Preconceito é o tipo de história que nunca vai deixar de see um clássico. Talvez porque é um dos poucos casos em que uma jovem mulher escreveu sobre seus pensamentos e ideias refletidos em personagens femininas corajosas e determinadas, enquanto muitas vezes vemos homens escrevendo figuras femininas frágeis em busca de proteção e cuidados. Saber que lá no século XIX, Elizabeth Bennet já expressava certa tendência feminista e lutava pelo que acreditava ser o certo, só demonstra a importância de não deixar que nossas vidas sejam decididas por homens de meia-idade que nada sabem sobre o que de fato é ser mulher.

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