RESENHA: O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

Talvez você já tenha ouvido falar sobre esse livro ou até mesmo o tenha lido. A verdade é que O Morro dos Ventos Uivantes é famoso por vários motivos e quem já leu esse livro está dividido entre quem amou e quem odiou, e hoje eu vou contar para vocês em qual as duas categorias eu me encaixo.

As irmãs Brontë são muito conhecidas pelos seus romances que viraram clássicos da literatura inglesa, mas o único livro que cheguei a ler foi aquele escrito por Emily, do qual vamos conversar sobre. Para abrir essa discussão, acho válido lhes contar que demorei quase um ano para conseguir terminar de ler o livro todinho; da primeira vez eu li até a página 34 e toda vez que tentava voltar a lê-lo eu continuava empacada na mesma página e eu não conseguia entender o porquê. Já fazem alguns anos que li O Morro dos Ventos Uivantes e não voltei a lê-lo novamente, mas decidi falar sobre ele aqui hoje porque há alguns dias eu vi um reels no Instagram no qual a pessoa estava na mesma situação que eu me encontrei quando lia ao livro e me sentir melhor em saber que o problema não era comigo (me senti como se não fosse intelectual o suficiente para entender a magnitude da história por saber que tanta gente adorava ao livro e eu mal conseguia ler duas páginas seguidas), mas então, depois de anos, eu percebi que esse livro é complicado demais e nem todo mundo vai ter saco de ler aquela história.

Pois bem, acho que nessa parte eu deveria explicar o que de fato acontece no livro. Um ponto que eu gostaria de destacar antes é que quem narra a história não estava envolvido em boa parte dos acontecimentos ali narrados, por isso eu fiquei com um pé em quanto, de fato, aqueles comportamentos descritos condiziam com a realidade dos personagens, mas isso já é uma interpretação minha.

Nos adentramos da história do Wuthering Heights quando um rapaz aluga a propriedade Granja da Cruz dos Tordos, localizada em Gimmerton, em Yorshire. Ele adoece e a governanta do local, Ellen Dean, passa a contar a história dos moradores do Morro dos Ventos Uivantes.

Sua história começa quando o patriarca da família Earnshaw, de volta de uma viagem, traz consigo um garoto órfão com aparência de cigano que passa a viver junto de seus filhos na propriedade de Wuthering Heights. O garoto recebe o nome de Heathcliff e passa a ganhar toda a atenção do homem que lhe trouxe até ali, causando ciúmes em seu filho legítimo, o Hindley, mas a filha do homem, Catherine, começa a se afeiçoar com Heathcliff e se torna muito próxima do menino.

Os anos passam e Hindley continua seu desafeto com Heathcliff, demonstrando de todas as formas o seu ódio pelo rapaz, o humilhando e fazendo de sua vida um verdadeiro inferno. Mesmo que o comportamento de Hindley não seja dos melhores, podemos dizer que Heatcliff nunca foi um santo e também causava o terror em Wuthering Heights.

Apesar de Catherine sempre ter sido apaixonada por Heathcliff, ela acaba se casando com um rapaz de família rica que morava em uma propriedade muito próxima dali – a tal Granja onde aquele primeiro rapaz se hospedou – o Edgar. Acontece que Heathcliff tinha desaparecido por um tempo e volta muito rico, o que chama a atenção da moça, gerando ciúmes em seu marido. Mesmo assim Catherine engravida de Edgar e eles têm uma filha juntos, Cathy, que ela não vê crescer, pois morre logo depois de dar a luz.

Por fazer muito tempo que eu li ao livro, não me recordo exatamente o que aconteceu, mas Catherine tinha muitas alucinações, assim com Heathcliff passou a ter após a morte da moça, e ela adoeceu durante a gravidez, talvez muito por conta das mágoas que passou a guardar em relação a Heathcliff.

Heathcliff nunca aceita o que o destino decidiu fazer com ele e Catherine e acaba se casando com a irmã de Edgar como forma de vingança. Ele e Isabella têm um filho chamado Linton, que mais tarde é obrigado pelo pai a se casar com a prima, Cathy, como mais um de seus caprichos a fim de vingar-se de Edgar.

Não sei se de fato era uma maldição do local ou se Heathcliff era quem sempre foi amaldiçoado, mas todos os personagens pareciam ser intoxicados, pouco a pouco, por aquela loucura. Todos se desprezavam e se tratavam como lixo, não tinham pudor e tampouco pareciam ter alguma humanidade presente dentre de si. A imagem que eu tinha na vida cabeça em relação ao Wuthering Heights, enquanto lia, era de um lugar sujo, abandonado e assombrado por fantasmas da própria existência de seus moradores.

Apesar de saber da grandiosidade da obra, até hoje eu não entendo se alguém me diz que esse é seu livro favorito. Eu me sentia tão sem energia lendo tudo aquilo e parecia que eu era sugada pela falta de vida daqueles personagens, que eu nem sei como consegui terminar de ler ao livro. E deve ser bem por isso que eu nunca pensei em lê-lo novamente.

Devo reconhecer que sim, O Morro dos Ventos Uivantes foi um livro muito bem escrito. Você absorve cada emoção ali descrita porque Emily Brontë fez um ótimo trabalho em descrever cada um dos personagens e cada uma das situações que eles vivenciaram, trazendo muita profundidade para a história.

Depois de ter dito tudo isso, nem preciso lhes contar de que lado eu fico, não é mesmo?

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