Dica do Dia: O Auto da Compadecida

Nossa dica do dia é o filme nacional O Auto da Compadecida, nada grita mais clássico do que esse filme do diretor Guel Arraes. O longa-metragem é baseado em uma peça teatral de Ariano Suassuna. Ele está disponível no Globoplay no nosso país e é sem dúvidas um patrimônio nacional.

Só morando em baixo de uma caverna para você nunca ter ouvido falar do MELHOR filme nacional, entendam que eu disse melhor não favorito já que essa posição pertence a Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. O Auto da Compadecida tem um segundo lugar bem estabelecido em meu coração como melhor filme BR e não são poucas razões então vamos falar da história?

A história se passa no nordeste, onde dois homens pobres vivem em uma pequena cidade na Paraíba. Os sertanejos João Grilo (Matheus Natchergaele) e Chicó (Selton Mello) querem melhorar suas vidas e para isso contam todo tipo de lorota.

João Grilo é um cara esperto, mente afiada, cuidado que ele mente como um profissional e te enrola como ninguém. Chicó é um cara cheio de histórias sem pé nem cabeça, quando questionado ele sempre diz “não sei, só sei que foi assim”.

Para ficar mais fácil de entender a história do filme de 2000, vamos dividi-lo em atos. O primeiro ato é o que abre a espera, a rotina de dois espertalhões que fazem o que fazem por fome e, como o próprio Grilo diz mais na frente, gosto pela mentira. Nós vemos como João Grilo consegue enrolar os padeiros da cidade para os contratarem e como eles enrolam a cidade por seus patrões.

O segundo ato é o do romance, João Grilo consegue trabalha com um patrão rico e uma filha encantadora por quem Chicó logo se apaixona. Os dois então enrolam deus e o mundo para conseguirem juntar os dois, porém eles são interrompidos por um grupo de cangaceiros que chegam à cidade matando todo mundo incluindo o pobre João.

O terceiro ato é após a morte, Grilo, o líder dos cangaceiros, um padre, um bispo e os patrões de Chicó estão em um julgamento para saber se vão para o céu ou inferno. Contamos nessa cena, com um juiz Jesus que é negro, um advogado de acusação demoníaco e uma advogada de defesa santa. Literalmente, Jesus, Nossa Senhora e o diabo são partes desse tribunal que gerou o momento mais icônico nacional.

O Auto da Compadecida é um clássico, não a nada no filme (que já foi ao ar como série) que eu não goste. O cenário do sertão realista, a fotografia incrível, os efeitos ruins que se enquadram melhor com o ridículo da situação, e os personagens mais carismáticos com a melhor escolha de elenco possível. Basicamente, uma obra prima que todos deveriam ver ao menos uma vez na vida.

Uma das coisas mais legais desse filme é que ele grita Brasil, em cada minúsculo aspecto que seja eu vejo a cultura do nordeste bem demonstrada. O humor do filme é bem adequado a meu gosto, as piadas são colocadas nos momentos mais inapropriados de um jeito bem brasileiro de rir em qualquer hora. Se vocês nunca viram, ou se já faz tempo, corram lá e presenciam mais de 1h30min de arte.

Onde assistir: Globoplay

Deixe um comentário