Hoje trago um especial para vocês sobre minha paixão não tão secreta, Koisuru Boukun é um mangá yaoi (BL) que teve dois OVAS muito polêmico que infelizmente eu amo. Hinako Takanaga é a mangaká que criou o casal mais polêmico entre os meus favoritos.

O mangá é publicado desde 2004, já os dois episódios especiais foram lançados em 2010. A série conta a vida de Souichi Tatsumi e Tetsuhiro Morinaga. Os dois trabalham (na verdade fazem seu doutorado e mestrado respectivamente) em uma universidade, Tatsumi é o senpai homofóbico e estressado de Morinaga.

Seu ódio por gays está diretamente relacionado a seu irmão caçula, Tomoe, que se mudou para a Califórnia com o namorado. Inclusive a autora começou com esse universo contando a história de Tomoe em Challengers. Morinaga é gay e como se isso já não tornasse as coisas estranhas o suficiente com seu veterano, ele é apaixonada por Souichi.

Antes de continuar, aviso que vou dar vários spoilers para o conteúdo, não diga que não avisei. Então antes de entrar no tópico delicado que torna Koisuru Boukun muito mais do que problemático vamos falar do histórico dos personagens e minha relação com o anime.

Quando estava no ensino médio meu amigo Izumi, que é um artista incrível veja o IG dele, me apresentou essa desgraça pela qual eu morreria. Então, já deixo claro que como não teria conhecido o anime sem ele a culpa é dele, não minha que gostei e leio o mangá até hoje.

Naquela época, eu era muito idiota e sem noção (como a maioria dos adolescentes) e gostava de muito conteúdo com problemas de consentimento. Hoje em dia me incomoda e me faz parar de ver alguns animes e séries ou pular cenas. Mas mesmo que eu pule as partes problemáticas de Koisuru Boukun, ainda amo a história dos personagens. Vamos então falar dos protagonistas?

Morinaga não tem contato com a família há anos, enquanto Souichi é muito próximo da sua mesmo que estando em lugares diferentes. Os dois são opostos em muitos sentidos, mas parecidos também em vários outros.

Morinaga parece uma pessoa calma e controlada, o que ele é em certo sentido, perfeito para controlar o temperamento de seu superior.  Porém, ele também é muito ciumento e dramático, sempre pulando em conclusões precipitadas que se devem ao fato de nenhum dos dois ser muito bom em se comunicar. Ele também é o seme da história se você achar relevante e segue seu uke como um cachorrinho.

Souichi é agressivo e estressado, sempre com raiva de alguém ou algo, muito protetor com os irmãos e o pior em admitir seus sentimentos para si mesmo e os outros. Ele também empurra Morinaga para longe e fica com raiva quando ele volta e revoltado se ele não, basicamente o comportamento tsundere clássico dos animes e mangás.

Antes de a história começar, Morinaga confessou seu amor por Tatsumi que em seu padrão clássico ficou irritado, quis distancia do outro um pouco, aceitou, perdoou e voltou a sua velha rotina com o kouhai. Mas a rotina caoticamente calma dos dois tem uma mudança irremediável quando noticias devastadoras para Souichi aparecem nas mídias.

Os dois se direcionam para o apartamento de Tetsuhiro beber todas, mas quando o dono da casa sai para comprar mais bebidas é que o caos começa. Isso porque Tatsumi acha escondido uma garrafa cujo objetivo é “esquentar as coisas” que o anfitrião ganhou de um amigo.

Quando horas mais tarde a bebida faz efeito, Morinaga “não resiste” e vai até o fim com o senpai mesmo que o mesmo peça para parar. Entendeu porque é tão errado? Mas calma, vou explicar porque gosto apesar disso.

Logo que ele acorda, Tetsuhiro sabe que fez algo imperdoável e que perdeu seu senpai para sempre ou é o que parece. Quando Souichi acorda, previsivelmente, revoltado ele diz que não quer mais ver o kouhai que tranca a faculdade e some do mapa.

Porém, Tatsumi fica louco de preocupação quando não tem mais noticia de Tetsuhiro e fica deprimido tanto por perceber que sabe pouco de Morinaga. Quanto por saber que mesmo após os eventos daquela fatídica noite, ele não consegue ficar bravo com o mais jovem e quer vê-lo para poder perdoa-lo.

Indo todas as noites na casa do mestrando, Souichi uma noite o encontra quando Morinaga estava passando para pegar suas coisas e deixar de vez a cidade. O que se segue é uma briga misturada com confissões, que termina com Tatsumi assumindo que ficou preocupado com Tetsuhiro e o acusando de “chantagem”.  E o conteúdo das OVAS acaba com os dois ficando juntos de novo, dessa vez com bem menos problemas de consentimento.

E então começa a parte que só tem no mangá, a parte em que geralmente eu começo a leitura que é o desenvolvimento mais do complicado do relacionamento desses dois. Eles passam por todo tipo de coisa, muito sexo, brigas, confissões acidentais no meio de discussões e momentos doces. Mesmo com esse começo que é melhor fingir que não existiu, eles tem um baita crescimento tanto pessoal quanto dos dois como um casal.

 Para todos os fãs de yaoi mundo afora que não conhecem esses dois, eu te desafio a ler e não se apaixonar.  Mas como o título diz, eu odeio o fato de amar esse mangá porque hoje em dia tento evitar gostar de conteúdos com esse tipo de tropo inicial. Mesmo que às vezes a gente acabe shippando esses casais. Minha consciência consegue viver com minha devoção a essa m*rda por conta do desenrolar do resto da trama que é muito fofo.

Enfim, o post de hoje foi uma carta de ódio ao meu amor por algo que no fundo sei que não deveria gostar. Mas sei que não sou a única a ter um prazer culposo nesse tipo de conteúdo problemático. Então, me contem qual casal errado vocês mais amam?