Vou ser bem sincera, eu não costumo ler sagas. Não existe um motivo aparente, mas enquanto todo mundo estava fisurado em Harry Potter, Jogos Vorazes, A Série Divergente ou Percy Jackson, eu apenas lia romances sem continuações. Tudo mudou quando eu assisti ao filme Cidade dos Ossos e descobri que ele era baseado em uma série de livros de fantasia, mas que não teria uma continuação do filme. Eu precisava muito, muito mesmo, saber o que acontecia a seguir, então não tinha outro jeito senão ler aos livros e então eu comprei as seis edições e as li algumas vezes.
Apesar de não ter lido todo o universo em torno de Os Caçadores de Sombras – parei na trilogia Peças Infernais – eu gosto muito dos personagens, de toda a história por detrás de sua origem e seus conflitos, por isso acompanhei a série da Hulu/Netflix quando ela estava sendo lançada. Logo de cara levei um susto: aquilo tudo parecia muito moderno comparado ao universo criado por Cassandra Clare; mas ainda assim, me envolvi muito na série.
Não basta dizer que me assustei com o tanto de tecnologia que os caçadores de sombras usavam na série, por isso vou citar neste post todas as diferenças que me lembro entre a série e os livro e também a minha impressão final sobre essa adaptação. Mas antes vamos falar sobre a sinopse desta saga incrível.
Clary acreditava que era uma garota normal vivendo uma vida ordinária em Nova Iorque. As coisas tomam um novo tom quando a sua mãe desaparece e criaturas estranhas começam a aparecer para a garota. É quando ela passa a ver um grupo misterioso de jovens vestidos de preto que parecem estar atrás de confusão, mas logo ela descobre que eles têm um propósito maior e lidam com coisas que ela sempre achou serem apenas ficção. Quando a garota é atacada por uma dessas criaturas, um dos jovens, Jace, a marca com uma runa mágica capaz de curar sua ferida rapidamente. Acontece que apenas caçadores de sombras podem receber tais runas, o que confirma a suspeita que Jace tinha: Clary também era uma caçadora de sombras. Após descobrir a verdade sobre si mesma e sua mãe, Clary precisa da ajuda dos caçadores de sombras para encontrar a sua mãe e enfrentar o terrível Valentim que assombra a raça de protetores.
Agora que eu lhes contei mais ou menos do que a história se trata, vamos falar sobre como a série trouxe todo o universo de caçadores de sombras para um ambiente mais atual.

No livro nos é contado que o Instituto (onde ficam os caçadores de sombras) se localiza em uma igreja antiga e tudo parece estar parado no tempo. Os habitantes do local não usam telefones, televisões ou qualquer tecnologia que é muito comum no dia-a-dia de Clary. Na série é bem diferente. O Instituto, apesar de parecer um prédio abandonado por fora, é todo equipado com a mais alta tecnologia que ajuda os caçadores de sombras a localizarem os perigos e o enfrentarem de frente. São dispositivos capazes de identificar qualquer demônio, vampiro, lobisomem ou criatura mágica que ameaça a paz dos humanos e que mostram a exata localização de onde essas criaturas se encontram.
Outra diferença bem grande entre os livros e a série é a quantidade de caçadores de sombras encontrados no Instituto. No livro apenas Jace, Isabelle, Alec e Hodge vivem na sede de Nova Iorque e até contam para Clary que sua raça está praticamente extinta. Na série vemos o Instituto bem mais cheio, com personagens que eu nem me lembro de ter conhecido nos livros. O Instituto parece um local bem movimentado com muitos caçadores de sombras treinando e se concentrando em combater o mal, algo que parece inimaginável nos livros.
Uma mudança bem impactante para mim foi no personagem, Jonathan/Sebastian, que aparece quase na metade da história nos livros e na série. Se você não leu aos livros e nem viu a série, pula essa parte, pois ela contém spoilers muito importantes no desenvolvimento da história. Sebastian é ninguém mais ninguém menos do que o verdadeiro irmão de Clary, Jonathan. Ele se disfarça como Sebastian Verlac para facilmente interagir com a turma de sua irmã sem que corra o risco de ser atacado por eles. No livro o garoto pinta o cabelo de preto para não ser reconhecido, mas não muda totalmente a sua original aparência. Enquanto na série, Jonathan tem seu corpo todo queimado e precisa usar um feitiço para usar a aparência de Sebastian afim de se conectar com a irmã. Ele apenas volta a sua aparência original após quase morrer e passar um tempo se recuperando com a ajuda de Lilith.

Apesar de algumas diferenças a série me agradou bastante no seu desenvolvimento durante um tempo. A aparência dos personagens lembrava bastante a descrita nos livros e a personalidade deles continuava ali. Mas a maneira como a produtora correu para finalizar a série o mais rápido possível, deixando alguns buracos e pecando no desenvolvimento de algumas relações, me fez parar de assistir a série um pouco antes do fim da última temporada. Até hoje não sei exatamente o que acontece no episódio final e prefiro ficar com a versão original dos livros na minha memória.
Uma coisa que todo fã de livros deve concordar é que algumas coisas são inaceitáveis na adaptação, por mais que não seja a intenção da produtora estragar toda a magia que temos com os livros. Por este motivo não posso dizer que a série como um todo entregou aquilo que faltou no filme, mas em boa parte ela conseguiu preencher o vazio de uma adaptação que fracassou – até que ela mesma fracassasse.

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