Ah, Paris, será que existe um lugar que faça tanta gente sonhar quanto Paris? Chamam-na de a Cidade Luz, a Cidade do Amor e a Cidade da Moda. Seja o motivo que for, Paris vive em nossos imaginários e desperta desejos profundos que só cada qual consegue identificar. Não sei vocês, mas eu sempre amei a França, a ideia de viver em Paris, andar pelas ruas da cidade, visitar o Louvre, o Arco do triunfo, Champs-Èélysées, o Palácio Versalles, passar pela Catedral de Notre-Dame e pelo Moulin Rouge. Tudo é tão pitoresco em Paris e as vezes parece surreal que tanta coisa exista ali, naquela cidade, e de pensar em toda a história que se passou por aquelas ruas, as figuras importantes e icônicas que ali estiveram, só me faz pensar em como não lugar como Paris. Todo esse imaginário faz parte do filme que eu vim falar aqui hoje; Meia-Noite em Paris traz o romantismo da cidade e uma ideia de como não aceitamos a nossa realidade presente.
Gil é um escritor que tem ganhado a vida escrevendo roteiros de filmes nos EUA, mas que nunca alcançou satisfação profissional. Pela primeira vez, ele tenta se arriscar em escrever um romance e ter seu livro publicado, mas sua insegurança e falta de inspiração tornam tudo mais difícil. Quando ele e sua noiva, Inez, viajam a Paris para acompanhar os pais da moça, Gil se deixa levar pela boemia e romantismo da cidade, desejando largar tudo para viver ali. Certa noite, ao andar pelas ruas da cidade, Gil é surpreendido por um carro cheio de jovens festeiros que o levam para uma festa recheada de ícones da história das artes. Acontece que toda aquela gente não estava mais viva em sua época, o que o faz perceber que ele acabou de viajar no tempo para 1920, época que ele considerava a Era de Ouro.

Toda noite Gil volta ao local e vivencia a badalada Paris de 1920, passando seu tempo com nomes como F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ernest Hemingway e Salvador Dalí, se apaixonado pela encantadora Adriana. Gil se prende à ideia de que viver na Paris de 1920 é tudo que ele mais deseja e que sua vida será muito melhor se ele não voltar ao presente. Até que ele tem uma epifania e se dá conta de que não estaria satisfeito mesmo assim, pois querer viver no passado apenas significa que ele não consegue encarar o seu presente e estaria preso a sempre buscar uma época que possa satisfazer seus desejos obscuros.
Apesar da melancolia, ou talvez por conta dela, o filme é tão poético quanto a ideia de dormir e acordar em Paris. O longa conta com elenco de peso, tendo Owen Wilson, conhecido por papéis em comédias, mas que sempre entrega boas atuações em papéis dramáticos, Rachel McAddams como Inez e Marion Cotillard como Adriana.
