Não há como negar que, apesar de ser um filme lançado há 24 anos, o Clube da Luta continua tratando de um tema muito atual. A discussão central do longa é espelho da realidade que não só era latente em 1999, mas que se tornou um monstro ainda mais perigoso em 2023. Sem mais delongas, se você ainda não assistiu a esse filme de David Fincher, agora é a hora de saber porque não falamos sobre o Clube da Luta.
Baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk, de 1996, o filme é protagonizado por Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter. Norton é nosso protagonista anônimo: um homem comum com um emprego que o deixa infeliz e nenhuma perspectiva de vida. Sua rotina desanimadora faz com que ele enfrente problemas de insônia, mas seu médico se recusa a receitar medicamentos que lhe ajudem a dormir e o aconselha a frequentar um grupo de ajuda. O narrador passa a assistir sessões de um grupo de pessoas com cancro testicular e se passa por vítima da doença, o que o liberta do problema da insônia. Então, ele torna-se viciado em fazer parte de sessões de grupos de ajuda e fingir-se de vítima dos mais variados problemas. É então que ele conhece outro impostor, Marla Singer (Helena Bonham Carter), que o deixa pertubado.
Em uma viagem de negócios, o narrador conhece Tyler Durden, um vendedor de sabonetes que tem ideias radicais sobre a sociedade em que vivem. Após retornar de sua viagem, o narrador encontra seu apartamento completamente destruído e então liga para Tyler, que o encontra em um bar e os dois iniciam uma conversa sobre consumismo e suas perturbações. Tyler convida o narrador para ficar em sua casa e pede para que ele lhe dê um soco. Os dois se envolvem em uma briga que passam a se tornar mais frequentes, chamando a atenção de outros homens que frequentam os mesmos lugares que eles. É aí que eles fundam um grupo de combate que perpetua as ideias de Tyler contra o consumismo exacerbado e as discrepâncias da sociedade.

Quem já viu e reviu o filme entendeu bem o motivo do título desde post, mas se você está prestes a conhecê-lo deixa eu te explicar: a primeira regra do clube da luta é não falar sobre o clube da luta; a segunda regra é não falar sobre o clube da luta; terceira regra, somente duas pessoas por luta; quarta, uma luta de cada vez; sem camisa e sem sapatos; as lutas duram o tempo que for necessário e se alguém gritar “para!”, sinalizar ou desmaiar, a luta acaba.
Apesar de parecer totalmente caótico organizar um clube de combate para alcançar a catarse que estes homens tanto buscam, o clube não é nada desorganizado e começa a crescer e ganhar grandes proporções. Os atos de protesto e tentativa de driblar o sistema começam a chamar atenção, o que preocupa o narrador e leva a conclusão do filme como uma grande explosão. Ao final, quem não é muito atento, começa a perceber os sinais escondidos durante o filme que nos fazem entender como a cabeça do narrador realmente funciona. Ainda que nem todos possam perceber de cara os significados de o Clube da Luta, o filme passa uma mensagem que todos nós devemos refletir ainda nos dias atuais sobre como estamos atrelados ao consumismo sem nenhum sentido e por isso que este é um filme atemporal e de grande importância.
