Se tem uma coisa que é inegável, é que todo domingo bate aquele tédio. Eu, particularmente, fico mais assistindo a jogos de futebol – La Liga, Premier League e os Campeonatos Nacionais – mas sempre tem aquelas horas sobrando em que tem mais nada para fazer e também não é hora de dormir, então eu fico três anos caçando o que fazer ou o que assistir. E como ontem foi domingo, não foi diferente e eu quebrei a cabeça tentando achar um filme que fosse tão entretido a mim quanto a minha mãe e irmã mais nova. Acontece que certas coisas a gente não se sente confortável vendo com outras pessoas e, também, é difícil encontrar um título que agrade todos os gostos. Mas, ainda que minha irmã tenha torcido o nariz quando viu que o filme era de 1994, no fim todo mundo conseguiu se divertir assistindo ao longo.
O filme australiano de 1994 foi dirigido por Stephan Elliott traz no elenco Terence Stamp como Bernadette. Hugo Weaving como Anthony/Mitzi e Guy Pierce como Adam/Felicia. O enredo traz a história de duas Drag Queens, Mitzi e Felicia, e de uma transexual, Bernadette, que embarcam em seu ônibus, Priscilla, em uma viagem pelo deserto australiano a fim de chegar ao Alice Springs, um resort chique em uma cidade turística afastada na Austrália. As três saem de Sidney dentro do ônibus como em uma turnê, passando todo o caminho entre desabafos, lembranças e superação.
Cada uma das personagens tem características e personalidades marcantes que criam camadas para a história. Enquanto Anthony esconde coisas sobre o seu passado e teme que seu presente afete as pessoas que deixou para trás e irá reencontrar assim que chegar em Alice Springs, Adam age na maior parte do tempo de maneira imatura, mas consegue demonstrar sua força e garra quando eles enfrentam o preconceito e a violência que lhes e atirada por serem quem são. Bernadette, a mais velha das três, não consegue esquecer um amor do passado, mas ainda deseja abrir seu coração novamente, mesmo com todos os obstáculos que sua identidade de gênero lhe impõe em uma época em que ser uma mulher transexual era ainda mais tabu do que nos dias atuais.
Ainda que seja um musical – repleto de canções que agitavam as vidas noturnas em boates com shows de Drag Queens – com muita comédia, o filme traz também uma carga dramática que reflete parte das questões sociais de ser uma pessoa LGBTQIA+, mesmo para os dias de hoje. As experiências vividas pelas personagens, tanto em seu passado quanto no momento em que estão nesta viagem, trazem à tona uma realidade bem conhecida por quem já viveu na pele tais preconceitos e violências.
Além de uma história envolvente e uma trilha sonora memorável, outro destaque fica para o figurino e a maquiagem impecáveis que tornam esse filme ainda mais marcante. Vale destacar que As Aventuras de Priscilla, a Rainha do Deserto foi vencedor do Oscar de Melhor Figurino e o BAFTA de Melhor Figurino e Melhor Maquiagem no ano de 1995.
Assista ao trailer oficial:
