Tem dias que (todo santo dia), eu gostaria que realmente existissem três menininhas que usam seus superpoderes para combater o crime e as forças do mal. Não temos monstros assustadores, nem um macaco muito desenvolvido intelectualmente assombrando nossas cidades, mas por onde quer que andamos há sempre coisas ruins e amedrontadoras acontecendo. E não conseguimos mudar essa realidade. Infelizmente não temos meninas superpoderosas para salvar o dia e parece que a maior parcela da sociedade não quer que as coisas sejam boas para todos.
Acho que a maioria das pessoas que cresceram nos anos 2000 assistia As Meninas Poderosas na TV. Posso dizer que a série animada era – e continua sendo – uma das minhas favoritas. Quando a maioria dos desenhos “para meninas” traziam delicadeza, pureza e feminilidade, tentando nos encapsular dentro de estereótipos do que é ser uma menina, desenhos que traziam meninas combatendo o crime, lutando contra monstros e super vilões, consertando as coisas e mostrando que sim, nós também podemos ser fortes, me faziam enxergar que ser mulher é muito mais.
Apesar de Florzinha, Lindinha e Docinho serem um belo de um acidente – já que o professor queria mesmo era criança a garotinha perfeita para tirá-lo da solidão – o desenho nos ensinava sobre a força feminina, sobre amor em família, companheirismo, amizade. lealdade, honestidade e justiça.

Ainda que as três meninas fossem super heroínas, elas também falhavam e aprendiam com seus erros, afinal elas eram apena crianças aprendendo sobre o mundo ao seu redor, tudo isso enquanto mantinham a cidade de Townsville segura. Tamanha responsabilidade não anulava o fato de que, como crianças, elas deveriam ir estudar todos os dias, ajudar na tarefas de casa, obedecer as regras, respeitar os outros e, as vezes, brincar.
A série animada foi escrita e criada por Craig McCracken, sendo um sucesso pelo mundo no final da década de 90 e início dos anos 2000. Em 2016 a série ganhou um reboot. De 1998 a 2001, o desenho era produzido pelo estúdio Hanna-Barbera, até ser incorporado pela Warner Bros Studios, sendo então produzida pela Cartoon Network.
Durante seis temporadas, 78 episódios e dois especiais, a série segue a história de três meninas: Florzinha, Lindinha e Docinho. Elas foram criadas pelo Professor Utônio, um cientista que tentava criar a “garotinha perfeita”, usando açúcar, tempero e tudo que há de bom. Acidentalmente um ingrediente foi adicionado à mistura – o Elemento X – resultando em três meninas com superpoderes especiais.
O desenho animado mistura as aventuras das meninas que cuidam da cidade fictícia de Townsville e problemas normais de crianças como dentes de leite, xixi na cama, rivalidade fraternal, medos e inseguranças, estudar e aprender enquanto crescem.
As Meninas Superpoderosas marcaram toda uma geração de meninas que cresceram assistindo ao desenho, que se tornou um grande marco da cultura pop até os dias atuais. Bem mais do que combater o crime e as forças do mal, as diferentes personalidades e gostos de cada uma das três meninas nos ensinou que existem vários jeitos de ser uma menina e que não existe restrições sobre o que podemos fazer ou gostar só por sermos meninas.
