Totalmente Premiada, hoje o Brasil acordou em festa, pelo menos as pessoas normais que têm amor real a pátria, e não aqueles que se dizem patriotas, mas puxam saco de estadunidense e torce contra o cinema nacional. Porque nosso cinema nacional é incrível sim, e finalmente vimos reparação histórica sendo feita.
O ano era 1999, quando o Brasil vibrava e torcia por Central do Brasil do diretor Walter Salles ganhar o Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Estrangeira, o que ganhou merecidamente. Mas enquanto o país festeja esse prêmio, e celebrava que Fernanda Montenegro tinha sido indicada na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama, também se gerava um sentimento de tristeza ao ver nossa eterna Dora perder o prêmio injustamente.
Porém, meus caros, o mundo da volta, e Fernanda Torres mostra em Ainda Estou Aqui que ela tem o talento da mãe ao mesmo tempo que tem seu próprio brilho. E ontem, na cerimonia do Globo de Ouro, ela fez história ao trazer o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama para casa. E para mostrar a poesia da questão, o diretor do filme não poderia ser outro que não o próprio Walter Salles. E claro, quem mais seria o parceiro de cena da nossa eterna Fátima que não o talentosíssimo Selton Melo.

O post era para ser sobre o filme, mas é impossível não falar do quão orgulhosa estou de ser brasileira hoje, de ver história sendo feita e reparada. Porque Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, são um exemplo de trabalho duro e talento. E ambas foram, em seus respectivos filmes, uma prova da importância da arte em nossa sociedade.
E ver essa atriz tão talentosa ganhar esse prêmio com um filme dessa relevância, torna tudo ainda mais especial. Porque o filme conta uma história real, impactante, que mostra as caras de como realmente era a ditadura, do que famílias reais, que tiverem membros próximos da família desaparecidos por militares da noite para o dia passavam.
A história é sobre Eunice, que durante a ditadura, era uma dona de casa comum, cuidando de seus filhos. Enquanto seu marido era um importante político, mas um dia os militares apareceram, levaram seu amado marido, e ele foi um dos muitos que tiveram seus sumiços causados pelos militares. Ela então decide lutar por seus direitos, buscar a verdade sobre o paradeiro de seu marido, enquanto sofre com a repressão. Tudo se torna mais especial quando sabe que a história é adaptada do livro de Marcelo Rubens Paiva, que narra a história da própria mãe.
Então, assim que possível, vejam o filme, sintam-se orgulhosos de serem brasileiros e de nosso cinema, porque nós somos incríveis também. E nossos artistas contam histórias extraordinárias, com muita emoção e bem menos recursos que filmes clássicos gringos. E agora, rumo a indicação da Fernanda Torres ao Oscar, eu acredito nela, então vamos torcer juntos porque é hora de reparação histórica.
