Nossa escolha de música da semana fica por conta do meu cantor favorito da vida, o saudoso Raul Seixas com seu clássico som ‘Quando acabar o maluco sou eu’. A canção lançada no álbum Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! De 1987, poucos anos antes da morte desse artista incrível, me marca mesmo que não seja da minha época.

Gostaria de ter tido a chance de conhecer esse homem que foi um dos pioneiros do rock brasileiro, inovou em seus ritmos e canções, foi censurado como muitos de sua época por conta da ditadura militar e nos deixa de heranças canções inesquecíveis. Devemos também o reconhecimento a seu parceiro de composições, o também saudoso Roberto. Antes de falarmos da música e dos motivos que a escolhi, fiquem com um trecho da letra.

“Toda vez que eu olho no espelho a minha cara

Eis que sou normal e que isso é coisa rara

A minha enfermeira tem mania de artista

Trepa em minha cama, crente que é uma trapezista

Eu não vou dizer que eu também seja perfeito

Mamãe me viciou a só querer mamar no peito

Ehê, ahã! Quando acabar o maluco sou eu

Ahã! Quando acabar, o maluco sou eu

O russo que guardava o botão da bomba “h”

Tomou um pilequinho e quis mandar tudo pro ar

Seu Zé, preocupado anda numa de horror

Pois falta um carimbo no seu “Tito” de eleitor

Ehê, ahã! Quando acabar o maluco sou eu

Ahã! Quando acabar, o maluco sou eu”

Ano virando, promessas que não serão compridas serão feitas, e para mim significa meu aniversario se aproximando, e não, esse não é um dia que goste. Na verdade, antes de todo aniversário, fico um pouco “surtada”, pensando em tudo que não conquistei, em tudo que falhei e em como meu ano anterior de vida poderia ser melhor, como eu poderia ser diferente.

Então, quando estou assim, ouvir essa letra animada que eu amo tanto, me faz relaxar, porque ele está certo ao questionar o que nós consideramos normal, o que aceitamos como norma no dia a dia. Enquanto quem age diferente é tido como “maluco”, mas quem são os “normais” a quem estamos sendo comparados? Essa música me relaxa, enquanto me faz perceber que no fim, todo mundo é maluco, então se comparar, ou ser quem não é não vale a pena. Seja você mesmo, fique feliz com suas conquistas e ouça a música conosco.