Parece que o passado está se repetindo. Se quando eu era adolescente, a maioria parecia querer liberdade sexual e de gênero, lutava por igualdade e direitos; a onda agora é de conservadorismo. Infelizmente, o que se vê por aí é um discurso contra tudo que é progressista: não ao feminismo, não ao Orgulho LGBTQIAPN+, não às cotas raciais, não à miscigenação. Uma negação a qualquer e toda liberdade de ser quem se é e que escolher por onde ir. A pergunta que fica: estamos em 2025 ou 1910?
E se você se perguntava nas aulas de história como apoiaram o genocídio durante as Guerras Mundiais, porque não questiona o que acontece neste exato momento no Oriente Médio? Vemos ao vivo, em maior expressão, que é fácil manipular a opinião da massa e colocar o opressor como vítima – agora não em nome de uma “raça superior”, mas de um “povo escolhido por Deus”.
A nossa dica de filme retrata uma parte da crueldade nazista com tudo que fugia da “normalidade” imposta pelo regime, de tudo que feria a moral e os “bons costumes” e não se enquadrava como “raça pura”. Bent é um filme britânico/japonês de 1997 sobre a trajetória de um homem homossexual na Alemanha nazista. Dirigido por Sean Mathias, o filme é baseado em uma peça teatral de Martin Sherman e traz Clive Owen, Lothaire Bluteau, Ian McKellen, Nikolaj Coster-Waldau, Mick Jagger, Brian Webber e Jude Law no elenco.
Durante o regime nazista, Max (Clive Owen) é capturado e levado ao campo de concentração de Dachau. Para esconder sua homossexualidade, ele se diz judeu, carregando uma estrela amarela em sua roupa, símbolo de identificação dos judeus, ao invés do triângulo rosa que era usado para identificar homossexuais. Enquanto vive em meio à tortura e violência dos campos de concentração, Max conhece Horst (Lothaire Bluteau), que não nega a sua própria sexualidade. Os dois acabam se apaixonando, mas viver como um casal gay em um campo de concentração é impossível e qualquer sinal de afeto entre os dois pode significar um caminho ainda mais doloroso.
O filme mostra a dificuldade de Max em viver como ele é, talvez por medo das consequências após ver seu ex-namorado morto pelos militares, ou por acreditar que o símbolo em seu peito mudaria a forma como ele seria tratado dentro do campo de concentração. Ele se vê dividido entre admitir quem é e assumir os riscos ou negar a si mesmo, ainda que ame a Horst.
Assista ao trailer oficial:
