Quando estudamos a história do mundo, os conflitos e guerras chamam muita atenção – especialmente os períodos de Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Muitos de nós questionamos como tanta gente elegeu Hitler e como tanta gente era a favor de tantos outros ditadores que espalhavam regimes totalitários e violentos por aí; ou, até mesmo, onde anda esse tal “fantasma do comunismo”.
George Owell, um socialista democrático, escreveu o seu livro com base na União Soviética stalinista e na Alemanha Nazista que deixaram rastros de seus regimes até os dias atuais. Em “1984”, um Estado Autoritário e Totalitarista traz consequências quase irremediáveis à sociedade.
A história se passa em um futuro distópico onde grande parte do mundo foi alastrado em uma guerra sem fim. A Grã-Bretanha passa a ser conhecida como Pista de Pouso Número 1 e se torna a província do Estado Totalitário da Oceania, que tem como sua maior liderança o Grande Irmão. O regime ditatorial instaurado pelo governo do Grande Irmão se baseado no culto à figura de seu líder e aos ideais fabricados pela Polícia do Pensamento.
A todo instante, as pessoas que vivem sob o governo do Grande Irmão são vigiadas por teletelas que estão espalhadas por todos os lugares. Além da vigilância onipresente, o governo trabalha com desinformação e o emburrecimento da população, para evitar questionamentos sobre as condições de vidas que lhes são impostas e o controle de tudo que pensam e fazem.
Toda a comunicação é feita por meio da novafala. O vocabulário e a imposição deste “idioma” não tinha o objetivo de facilitar a comunicação, mas sim de impedir que outras formas de pensamento se espalhassem. Não havia nenhuma liberdade: o governo manipulava a história, a verdade e escolhia o que você comia, bebia, vestia e até sua profissão. A reprodução natural era proibida, assim como a expressão de qualquer sentimento que não a adoração ao Grande Irmão e o ódio ao Inimigo do Povo, conhecido como Emmanuel Goldstein.
“Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado.”
Winston Smith é o protagonista do livro, um homem médio da sociedade oceânica que trabalha no Ministério da Verdade e, secretamente, odeia o governo e anseia por liberdade. O homem mantém um diário secreto onde registra as poucas memórias que tem do passado e também suas ideias sobre o Grande Irmão. Ele tem noção de que, se for descoberto, sua vida chegaria ao fim, mas ainda assim decide se aliar à Irmandade ao começar um relacionamento secreto com sua colega de trabalho, Julia.
A trama do livro explora a manipulação e a alienação das massas por meio de figuras políticas e a disputa política por terras estratégicas. Um governo que proíbe e pune qualquer liberdade e individualidade, que restringe a existência humana à servidão e explora discursos de ódio para se manter no poder. Algo que, infelizmente, tem se feito mais presente ao redor do mundo.
Apesar do regime descrito no livro se chamar Socialismo Inglês (Ingsoc), suas ideias e práticas são totalmente opostas às do Socialismo e partem em direção contrária a qualquer forma de democracia. As questões geopolíticas e a maneira como a narrativa foi construída devem servir de reflexão sobre como nós, como cidadãos, capazes de eleger nossos representantes políticos, ainda nos deixamos levar por discursos de ódio, desinformação e manipulação que mantêm o poder nas mãos de líderes que usam das ferramentas políticas para obter benefícios próprios e desequilibrar ainda mais a balança, inclinando-se sempre a favor do agronegócio, do mercado financeiro, das grandes empresas e todo o restante da elite econômica.
Guerra é Paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força.
Lema do Partido
